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O Colóquio Internacional "As Culturas Históricas da Água observadas através dos Processo e de Conservação da Água e dos Solos - leituras geohistóricas e metodologias de investigação" inscreve-se na linha programática de Colóquios do Projeto em Rede - "As Culturas Históricas da Água em Meios Áridos e Semiáridos". Identifica-se este Projeto com a expressão de uma dinâmica de diálogo e de partilha de experiências entre investigadores e linhas de investigação argelinos e portugueses, numa perspetiva do reconhecimento integrado do universo das culturas históricas da água. O presente Colóquio dá sequência a outros dois - o Colóquio «A Água e a sua Cultura nas Áreas Saharianas que teve lugar em Adrar - Argélia - em Fevereiro de 2013 e o Colóquio «A Água Conta o Social - As Culturas da Água nas Áreas Transmediterrânicas e Saharianas (sécs.XIX-XX) - que decorreu em Lisboa em Janeiro de 2014. Um dos quadros referenciais para a investigação, no âmbito das Culturas Históricas da Água, é o que representa a gestão da Conservação da Água e dos Solos (CAS), como uma das suas matrizes analíticas. Os cientistas sociais e os geocientistas, enquanto investigadores, promotores de reflexão e parceiros dos decisores, têm redimensionado as conceções metodológicas centradas no estudo das culturas da água.
Neste contexto, a desmultiplicação dos estudos de caso nas duas últimas décadas, maioritariamente inscritos na área dos estudos pós-coloniais, desenvolveu uma dimensão de permeabilidade histórica e um novo inter-face em relação às problemáticas expressas no âmbito da gestão da conservação da água e dos solos e respetivos agro-sistemas, através da recuperação de um corpo de práticas, entendidas como técnicas tradicionais, inscritas em lógicas e dinâmicas comunitárias num determinado hidro-território construído através da adoção/ adaptação de práticas endógenas e exógenas e dando origem a um determinado modo de produção do espaço. Os sistemas hidráulicos historicamente observados impregnam a paisagem e ordenam-na segundo modelos dinâmicos. É esta diversidade que os historiadores devem ler numa dupla dimensão - a que identifica e reconhece as diferentes expressões culturais estudadas através do binómio cultura material - cultura imaterial da água e a que lança pontes entre culturas e processos históricos diferenciados, estruturando o conhecimento através do diálogo e da partilha de saberes, num quadro correspondente à gestão social da água e das representações que emergem das diferentes comunidades.